Hidrogeologia de Angola
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Compiladores
Dr Kirsty Upton e Brighid Ó Dochartaigh, British Geological Survey, Reino Unido.
Deverá citar esta página do seguinte modo: Upton and Ó Dochartaigh, 2018.
Referência bibliográfica: Upton, K, e Ó Dochartaigh, B É. 2018. Africa Groundwater Atlas: Hydrogeology of Angola. British Geological Survey. Último acesso a [data em que acedeu à informação]. https://earthwise.bgs.ac.uk/index.php/Hidrogeologia_de_Angola
Termos e condições
O Mapa da Água Subterrânea em África é organizado pelo British Geological Survey (BGS) e inclui informações provenientes de outras fontes. A utilização dos dados apresentados neste website é da responsabilidade de cada utilizador. Se reproduzir gráficos que incluam informações de outras fontes, deverá citar o Mapa da Água Subterrânea em África e as outras fontes. Para saber mais, consulte os Termos de Utilização (em inglês).
Contexto geográfico
Geral
Angola situa-se na África Austral e Central. Existe uma faixa costeira de planície entre 35 e 180 km de extensão que varia entre 300 e 500 m de altitude. Fora isto, a maior parte do país é constituída por planaltos com altitudes de cerca de 1000-1800 m, situando-se o ponto mais alto em 2620 m. Montes e montanhas surgem desde a costa para o interior do país formando uma grande escarpa. Estendendo-se para este e sudeste da escarpa, surge uma vasta área de planalto.
População estimada em 2013* | 21 471 618 |
População rural (% do total) (2013)* | 57,5% |
Superfície total* | 1 246 700 km2 |
Agricultural land (% of total area) (2012)* | 47,5% |
Capital | Luanda |
Região | África Central |
Países vizinhos | Namíbia, República Democrática do Congo, Zâmbia |
Taxa anual de captação de água (2013)* | 708,8 milhões de metros cúbicos |
Taxa anual de captação de água para agricultura (2013)* | 20,8% |
Taxa anual de captação de água para uso doméstico (2013)* | 45,3% |
Taxa anual de captação de água para a indústria (2013)* | 33,9% |
População rural com acesso a fonte de água melhorada (2012)* | 34,3% |
População urbana com acesso a fonte de água melhorada (2012)* | 67,6% |
* * Fonte: Banco Mundial
Clima
Normalmente em Angola existe uma estação seca de Maio a Outubro e uma estação das chuvas de Fevereiro a Abril, com chuvas passageiras de Novembro a Janeiro. No sul do país, e nalgumas partes da faixa costeira, existem zonas semiáridas com menos de 400 mm de chuva por ano. No extremo norte, a chuva predomina durante grande parte do ano, registando-se mais de 1400 mm de chuva por ano. O clima é particularmente influenciado pelos ventos dominantes oriundos de oeste-sudoeste.
Para mais informaçõe sobre a precipitação média e a temperatura para cada uma das zonas climáticas em Angola, veja a página climática de Angola.
Estes mapas e gráficos foram desenvolvidos a partir da base de dados CRU TS 3.21 produzida pela Unidade de Investigação sobre o Clima da Universidade de East Anglia no Reino Unido. Para mais informação sobre os conjuntos de dados usados para criar estes mapas e gráficos, consulte a página de recursos sobre o clima (em inglês).
Água superficial
O centro e norte de Angola possuem muitos rios perenes. No sul só existem três rios perenes: os rios Cunene, Kuando e Cubango (que corre em direcção ao Okavango). O Rio Zambeze e vários afluentes do Rio Congo têm a sua nascente em Angola. Muitos rios nascem nas regiões montanhosas centrais mas estabelecem depois percursos bastante diferentes. Alguns correm mais ou menos para o oeste em direcção ao Atlântico, fornecendo água para irrigação e potencial hidroeléctrico na zona seca do litoral. Dois dos maiores rios, o Cuanza e o Cunene, seguem um caminho menos directo para o Atlântico – o Cuanza flui para o norte, enquanto o Cunene flui para o sul antes de virar em sentido ao oeste. O Kwango e outros rios fluem para norte a partir do planalto confluindo no Rio Kasai (um dos maiores afluentes do Congo). Alguns rios correm para sul até à bacia hidrográfica do Zambeze e daí para o Oceano Índico; outros para o Rio Okavango (chamado Rio Cubango em Angola) e daí para o Pântano do Okavango no Botsuana. |
Solo
Ocupação do solo
Nos extremos sul e sudoeste de Angola, os solos são dominados por vegetação desértica, ou zonas escassas de savana ou pastagens. Para norte, este panorama dá lugar a vegetação arbustiva e depois a uma combinação de vegetação arbustiva e de floresta caduca, que cobre grande parte do resto do país.
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Geologia
Esta secção apresenta uma síntese da geologia de Angola. É disponibilizada informação adicional no relatório Água Subterrânea na África Oriental, Central e Austral, Nações Unidas (Groundwater in Eastern, Central and Southern Africa)’ (Nações Unidas 1989).
O mapa geológico expõe uma ersão simplificada da geologia à escala nacional (para mais pormenores, consulte a página de recursos geológicos) (em inglês).
Principais formações | Período | Litologia | |
Não consolidada/Semi-consolidada Sedimentos | |||
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Aluvião | Quaternário | Sedimentos aluviais não consolidados que preenchem os vales. | |
Terciário-Quaternário | Grupo Kalahari | Arenitos pouco consolidados e areias não consolidadas que cobrem a maioria da área oriental do país. Até 600 m de espessura. | |
Rochas Sedimentar Consolidada | |||
Cretáceo-Terciário | Rochas sedimentares até 150 m de espessura da idade Aptiana-Maastrichtiana, por vezes arenito argiloso com depósitos de evaporitos marinhos. Com cobertura de rocha sedimentar até 1200 m de espessura das épocas Paleocena a Pliocena. | ||
Supergrupo Karoo | Carbonífero-Jurássico | Calcário, arenito e xisto argilosos ao redor da bacia do Congo. Até 500 m de espessura. Intrusão de doleritos. | |
Rocha vulcânica | |||
Mesozóico | |||
Pré-cambriano | |||
Sistema Bembé | Pré-cambriano final – Cambriano Inferior | Rochas sedimentares metamórficas: Calcário xistoso coberto por arenitos e conglomerados metamorfizados e quartzitos. | |
Sistema do Oendolongo | Pré-cambriano | Rochas sedimentares metamórficas: Arenitos quartzíticos metamorfizados. | |
Substrato cristalino | Arqueano | Rochas cristalinas, ígneas e metamórficas, na sua maioria granito, gneisse e gabro, que formam o cratão africano. Por vezes veios de quartzo. |
Hidrogeologia
Esta secção apresenta um resumo da hidrogeologia dos principais aquíferos em Angola. É disponibilizada informação adicional no relatório Água Subterrânea na África Oriental, Central e Austral (Groundwater in Eastern, Central and Southern Africa) (Nações Unidas 1989).
O mapa hidrogeológico expõe uma versão simplificada do tipo e rendimento dos principais aquíferos à escala nacional (para mais pormenores, consulte a página mapa hidrogeológico (em inglês).
Foi publicado um mapa hidrogeológico de Angola numa escala de 1:1.500.000 por Hidroprojecto Consultores de Hidráulica e Salubridade SA (1990) (consulte a secção de Referências, no final).
Angola também foi incluída no mapa hidrogeológico geral da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC 2010), disponível através da SADC Groundwater Information Portal (Portal de informação sobre águas subterrâneas).
Aquíferos não consolidada
Aquíferos nomeados | Período | Descrição geral | Qualidade da água |
Aluvião | Quaternário | Potencial de água subterrânea variável, de aqüíferos de baixa produtividade para aquíferos de alta produtividade. A produtividade do aqüífero dependendo da litologia (se é dominado por areias e cascalhos permeáveis ou sedimentos de grãos finos de baixa permeabilidade), consistência e extensão lateral. |
Aquíferos Sedimentar – Poros intergranulares
Aquíferos nomeados | Período | Descrição geral | Qualidade da água |
Grupo Kalahari | Terciário-Quaternário | Achei um aqüífero de produtividade moderado a alto. O nível freático no Grupo Kalahari é mais superficial no norte e torna-se mais profundo em direcção ao sul, onde o Grupo Kalahari é no geral totalmente seco – Groundwater Consultants Bee Pee (Pty) Ltd, SRK Consulting (Pty) Ltd, 2002. |
Aquíferos Sedimentar – Poros intergranulares e fracturas
Aquíferos nomeados | Período | Descrição geral | Qualidade da água |
Pequenos aquíferos nomeados ao longo da costa | Cretáceo-Terciário | Arenitos argilosos ao longo da costa demonstraram originar aquíferos moderadamente produtivos. | A água subterrânea pode ser relativamente mais mineralizada, o que por vezes está associado a formações geológicas com sais. |
Supergrupo Karoo (interior) | Carbonífero-Jurássico | Estes podem gerar aquíferos produtivos | A água subterrânea pode ser relativamente mais mineralizada. |